domingo, 25 de agosto de 2013

Pancratium maritimum



Pancratium maritimum 
Narciso-das-areias, lírio-das-praias ou pancrácio
13-07-2013
Alvor 

É uma planta que se encontra nas areias das dunas das costas do Atlântico e do Mediterrâneo, incluindo na costa portuguesa. Tolera longos períodos de seca.

Planta vivaz herbácea, com altura até 50 cm, bolbosa e de cor cinzento-azulada. Bolbo com túnicas internas prolongando-se ao longo do caule e envolvendo a parte basal das folhas. Estas são grossas e planas, de forma oblongo-linear, maiores que o escapo, aparecendo antes da floração. Durante os verões mais quentes as folhas secam antes da floração.
As flores são hermafroditas, brancas, aromáticas, reunidas numa umbela com 3 a 9 (mais raramente 15) flores, com invólucro de duas brácteas membranáceas secas (espata). Perianto afunilado, com o tubo comprido e tépalas linear-lanceoladas, com a nervura dorsal verde. Possui uma coroa, tubulosa, com margem provida de cerca de 12 dentes triangulares.
O fruto é uma pseudo-cápsula globosa-trigonal, com numerosas sementes negras, grandes e angulosas, mas muito leves, o que permite a sua dispersão por acção do vento.

Curiosidade: espécie importante para a sobrevivência das borboletas Brithys crini uma vez que as larvas desta borboleta noturna se alimentam das suas folhas.

Floração: Junho a Setembro

Habitat: Dunas e areais costeiros

Distribuição: Todo o litoral, de norte a sul do país

 Palavras-chave: Flores brancas, Perianto afunilado, corola tubulosa, bolbosa

sábado, 27 de abril de 2013

Linaria supina

Linaria supina subsp. supina
Ansarina-dos-calcários
15-03-2013
Perto de Conimbriga, Condeixa-a-Velha

Ruderal

Habitat: Clareiras de matos em locais pedregosos, afloramentos rochosos, campos agrícolas cultivados ou incultos, baldios. Em sítios pedregosos, principalmente de origem calcária.

Erva anual, com o caule semiprostrado, folhas quase lineares, inflorescência tipo cacho terminal, claramente hirsuta. A corola é amarela, com o lábio superior bilobado e o inferior trilobado. O tubo da corola alarga-se num esporão de 1-1,5 cm. O fruto e uma cápsula subglobosa.
 Época de floração: Março a Maio
Muito parecida com L. polygalifolia mas esta só ocorre na zona costeira. A L. polygalifolia pode diferenciar-se pelo facto de ser quase glabra, podendo quando muito apresentar escassos pêlos glandulares na inflorescência. Diferenças menos evidentes são o comprimento dos caules (mais curtos os da L. supina) e o formato e ornamentação das sementes.

Palavras-chave: Flores amarelas, vilosa, inflorescência tipo cacho

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Lithodora prostrata subsp. lusitanica

Erva das sete sangrias
Lithodora prostrata subsp. lusitanica
a) Portimão, perto da Ribeira de Boina
     04-02-2013
b) Montemor-o-Velho
     16-03-2013

Nativa, relativamente comum e frequente em todo o país.

Subarbusto difuso de ramos até 60 cm, prostrados ou ascendentes, de indumento mais ou menos distintamente duplo, com sedas aplicadas. As folhas são patentes, oblongas ou elípticas, normalmente planas. A inflorescência é uma cimeira com 6 a 14 flores (muito raramente 3). A corola é maior que o cálice, vilosa na face interna e acetinada na face exterior. As anteras são elipsóides. Mericarpos castanho-pálidos ou acizentados, pouco ou densamente alveolados.

Floração: De Dezembro a Setembro.

Habitat: Matos xerofílicos, sob coberto de pinhais e sobreirais, orla de matagais, sebes, taludes e fendas de rochas. Em solos siliciosos ou descarbonatados, pedregosos ou arenosos, do interior ou litoral.
Palavras-chave: Flores roxas, Flores em cimeiras, Vilosa

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Tipos de Inflorescências


Tipos de Inflorescências

a) Inflorescências Definidas (também designadas de cimeiras e inflorescências simpódicas)
  • Cimeira unípara (com um só eixo sob cada flor terminal) = monocásio. Apresenta uma bráctea na base de uma flor que encima o eixo principal. Da axila da bráctea sai um pedicelo que, por sua vez, apresenta na bráctea subterminal uma gema que originará um novo pedicelo e assim sucessivamente.
    • C. escorpióide: cimeira unípara com os eixos sucessivos inserindos alternadamente para um e outro lado (as brácteas são alternas) (ex. cíncino, v, ou ripídio, v) = Flabeliforme
    • C. helicóide: cimeira unípara com os pedicelos inseridos todos para o mesmo lado (brácteas dispondo-se todas para o mesmo lado) (ex. bóstrix ou drepânio, v) = Falciforme
  • Cimeira bípara (com dois eixos opostos sob cada flor terminal, aparentando uma dicotomia) = dicásio. Apresenta duas brácteas opostas abaixo da flor apical. Da axila de cada uma das referidas brácteas nasce um eixo que repete a mesma disposição.
  • Cimeira multípara (com mais de dois ramos no mesmo verticilo sob cada flor terminal, aparentando uma umbela) = pleiocásio
  • Verticilastro: inflorescência contraída, de eixos curtos, ficando as flores muito aglomeradas na axila de duas folhas ou brácteas opostas. Frequente em espécies da família Labiateae.
b) Inflorescências Indefinidas
  • Cacho ou rácimo: as flores são pediceladas e estão inseridas num eixo ou ráquis não ramificado.
    • Panícula: tipo de cacho em que o eixo da inflorescência é ramificado (cacho composto), apresentando uma forma cónica ou piramidal (ex. inflorescência da aveia).
    • Tirso: cacho composto com forma fusiforme e zona de maior largura a cerca de 1/3 da base (ex. alpista).
    • Corimbo: tipo de cacho em que as flores, apresentando pedicelos de comprimento desigual, se situam ao mesmo nível; pode ser simples ou composto.
  • Espiga: Inflorescência de flores sésseis dispostas sobre um eixo ou ráquis.
    • Espádice: o eixo da espiga é carnudo, frequentemente com flores unissexuais masculinas (geralmente na zona superior) e femininas (na zona inferior).
    • Amentilho: inflorescência com flores de um só sexo e que, frequentemente, se desarticula após a libertação do pólen (masculinos) ou após a maturação (femininos).
    • Espigueta: pequena espiga, cujo eixo se designa ráquila. Nas gramíneas cada espigueta possui geralmente duas brácteas (glumas) na base e cada flor da espigueta é protegida por 2 bractéolas (glumelas).
  • Umbela simples: inflorescência em que os pedicelos longos e com aproximadamente o mesmo tamanho, estão inseridos num mesmo ponto do pedúnculo (ex. inflorescência da cebola).
  • Umbela composta: inflorescência ramificada de umbelulas.
  • Capítulo: inflorescência de flores, geralmente sésseis, reunidas num receptáculo comum discóide e rodeada por um invólucro de brácteas (ex. inflorescência do girassol).


Trifolium pratense


Trifolium pratense
Pé-de-lebre, trevo-comum, trevo-dos-prados, trevo-ribeiro, trevo-roxo, trevo-vermelho
16-03-2013
Penela

Nativa, ruderal

Habitat: Prados e pastagens, por vezes na orla de bosques, taludes e bermas de caminhos. Em solos frescos ou algo húmidos. 

Floração: Março - Outubro

Leguminosa herbácea de ciclo bienal, ereta, que alcança até 80 cm de altura, com caules cespitosos, isto é, que formam tufos na base. As folhas são trifoliadas, pubescentes e alternas, com os folíolos inteiros de forma oval, com uma mancha pálida, em “V” invertido, na parte ventral dos folíolos.
Inflorescência sobre uma ou duas folhas normais com estípulas dilatadas.
As inflorescências consistem em capítulos esféricos ou ovais, solitários ou geminados, involucrados e geralmente sésseis, com numerosas flores cor-de-rosa, purpúreo-avermelhadas ou roxas, normalmente 125 flores por inflorescência.
O cálice é formado por 5 sépalas unidas que formam um tubo de aparência campanulada e tem 5 dentes desiguais sendo o inferior maior. A corola é formada por 5 pétalas unidas na base formando  um tubo. O estandarte, de ápice estendido é a peça maior que cobre o resto.
As vagens contêm uma ou duas sementes na cor amarela, marrom ou roxa com 2 a 3 mm.


Propriedades medicinais, pode ser tóxica

Palavras-chave: Flores rosa, corola em forma de tubo com estandarte

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Rosmarinus officinalis

 
 
Rosmarinus officinalis
Alecrim
16-03-2013
Montemor-o-Velho

Habitat: Matos abertos, formações arbóreas abertas, por vezes sob coberto de pinhais. Em locais expostos, secos e quentes. Indiferente edáfica, coloniza terrenos arenosos, xistosos ou calcários, ácidos ou básicos.

Nativa.
Arbusto com ramos eretos, folhas lineares, coriáceas com margens revolutas verde-vivo e rugosas na página superior, branco-tomentosas na inferior, pedúnculo e pedicelos estrelado-tomentosos. Cálice verde ou purpurascente e esparsamente tomentoso em novo. Corola bilabiada, tubulosa e azul pálida (por vezes rosada ou branca).

Floração: Setembro a Maio 

Planta muito aromática, usada em culinária. É também utilizada em infusões recomendadas pela medicina popular. Desta planta são também extraídos óleos usados em perfumaria.  
Palavras-chave: Flores roxas, Flores azuis, Corola bilabiada

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Muscari comosum

Muscari comosum   
Jacinto-das-searas, Cebolinho-de-flor-azul, Jacinto-de-tapete
15-03-2013
Perto de Conimbriga, Condeixa-a-Velha

Erva bolbosa, folhas (2 a 5) basilares, linear-lanceoladas, abertamente canaliculadas, miudamente serrilhadas nas margens. Inflorescência: cacho alongado, apresenta as flores terminais da inflorescência mais vistosas e estéreis, longamente pediceladas, enquanto que as restantes são pouco vistosas mas férteis, acastanhadas ou amareladas.

Habitat: searas, olivais, vinhas e outros campos agrícolas, em prados, pousios e clareiras de matos, pinhais e bosques. Em diversos tipos de substratos, de areias de dunas litorais a solos argilosos de origem calcária ou siliciosa.

Foração: Março a Junho

Curiosidades: Em Espanha é chamada de Erva-dosAmores, e Dioscórides atribuía-lhe propriedades afrodisíacas
 
Palavras-chave: Flores azuis, Flores roxas, Inflorescência tipo cacho, pedicelo longo

sexta-feira, 22 de março de 2013

Borago officinalis

 
 

Borago officinalis
Borragem, Borago
15-03-2013
Condeixa-a-Velha, perto das ruínas de Conimbriga

Nativa, Ruderal

Herbácea anual, coberta de pêlos ásperos, com caules erectos, robustos e frequentemente ramificados. Folhas rugosas, alternas, de cor verde na página superior e esbranquiçadas na inferior. As inferiores são grandes, ovadas a oblongo-elípticas contraídas em pecíolo comprido, as superiores são pequenas e amplexicaules. Flores grandes, com pedicelo, por fim pendentes, dispostas em cimeiras escorpióides. Corola rodada azul vivo escamas brancas e anteras violáceo-escuras.
em cimeiras Os frutos são tetraquénios, dividindo-se em quatro partes quando maduros, contendo somente uma semente cada uma.

Habitat: Prados, incultos, pousios e bermas de caminhos, em sítios frequentemente ruderalizados. Indiferente edáfica

Floração: Janeiro a Outubro

Curiosidades:
É conhecida pelas suas propriedades medicinais e tem sido associada ao prazer e a sensações de bem-estar. Através de chás e infusões ou mesmo misturada no vinho esta planta era utilizada para eliminar a melancolia e aumentar o conforto psíquico. Apresenta algum grau de toxicidade pelo que o seu consumo deve ser efetuado sob supervisão de entendidos.

Palavras-chave: Flores azuis, flores roxas, vilosa, cimeiras escorpióides,

quarta-feira, 20 de março de 2013

Himantoglossum robertianum (Barlia robertiana)

Himantoglossum robertianum (anteriormente citada pela  designação de Barlia robertiana)
Salepeira-grande
15-03-2013
Condeixa-a-velha, junto às ruínas de Conimbriga

Planta da família Orchidaceae, nativa, é uma herbácea vivaz que pode atingir cinquenta centímetros de altura, tuberosa, com dois ou três tubérculos ovóides, caule grosso, folhas basais brilhantes formando uma roseta, ovado-oblongas, obtusas. Inflorescência cilíndrica e densa, flores grandes, esverdeadas ou violeta pálido, pelo menos no labelo (tépala média superior, em regra prolongada para trás em esporão, nas Orquidáceas), aromáticas, tépalas externas elípticas a ovadas, côncavas, esverdeadas, ponteadas de violeta, as laterais erecto-patentes e a central convergente com as internas linear-lanceoladas, lóbulos laterais lineares falciformes e o lóbulo central duas vezes mais largo que os laterais. Esporão cónico.

Floração: Fevereiro-Março

Habitat: Prados, pastagens, clareiras de matos e matagais e taludes, em solos pedregosos e preferentemente de origem calcária.

Palavras-chave: Orquidáceas, Flores roxas, Folhas basais em roseta

Nota
Estrutura de uma flor de orquídea:

terça-feira, 19 de março de 2013

Antirrhinum linkianum

 
 
 
Antirrhinum linkianum
Bocas de lobo
16-03-2013
Montemor-o-Velho

Endemismo ibérico
Herbácea, vivaz, com caules simples ou ramificados, algo lenhosos, ascendentes ou erectos. A inflorescência é um cacho terminal, pubescente-glandulosa, a corola é rosa ou purpúrea com palato amarelo, um lábio superior bilobado e um inferior dividido em três partes.

Habitat: Fendas de rochas, cascalheiras, afloramentos rochosos terrenos pedregosos, bermas de caminhos. Em meio urbano coloniza fendas de paredes e muros. Frequentemente em substratos calcários, mas também em siliciosos.

Espécie semelhante ao vulgarmente cultivado Antirrhinum majus, do qual se distingue principalmente por ter os pedicelos mais compridos que as sépalas.

Tem também grandes semelhanças com o Antirrhinum cirrhigerum mas esta espécie apresenta caules laterais curtos e gavinhosos.

A floração ocorre geralmente de Abril a Julho, mas é comum iniciar-se mais cedo

Palavras-chave: Flores rosadas ou purpúreas, Inflorescência tipo cacho

Zantedeschia aethiopica



Zantedeschia aethiopica
Jarro, Copo de leite
17-03-2013
Jardim Botânico de Coimbra

Herbácea e vivaz. Ruderal.
Não nativa, originária da África do Sul, mas bem aclimatada em Portugal, onde cresce espontaneamente em zonas húmidas. Também é cultivado como planta ornamental.
Folhas verde-escuras e grandes, sagitadas com os lobos arredondados e acuminados e nervuras bem evidentes. Pecíolos até 75 cm, suculentos. A inflorescência dispõe-se em espádice com flores unissexuais e nuas, amarelo-brilhantes, rodeando uma grande espata branca, que pode atingir 25 cm, ovóide, com o limbo amplo e ápice recurvado. O espádice não possui apêndice, coberto até ao ápice por anteras sésseis. A parte feminina do espádice possui estaminóides amarelos. As flores masculinas e femininas são contiguas. A Floração decorre entre Fevereiro e Junho.
O fruto é baciforme (bagas maduras vermelho-vivo).

Curiosidades: 
A maior parte das plantas com espádice são polinizadas por insectos não especializados, como dípteros e coleópteros. Estes polinizadores são atraídos muitas vezes por odores produzidos pelas plantas, que normalmente são desagradáveis ao homem. No jarro, a espata faz parte de uma armadilha para insectos. A parte inferior forma uma câmara em volta do espádice colunar, de parede oleosa escorregadia e coberta de verrugas que apontam para baixo. As floretas estéreis, situadas juntamente com as femininas e masculinas na parte inferior da espádice, selam a câmara e, uma vez o insecto entre na armadilha, ele não pode escapar até o murchar das floretas estéreis. Entretanto ele poliniza as floretas femininas, ficando coberto de pólen produzido pelas floretas masculinas.

O jarro é uma planta tóxica. Alguns dos seus componentes activos podem irritar a pele e, se forem absorvidos em doses elevadas, podem causar paralisia e até mesmo a morte por estimular em grande parte o sistema nervoso central. As suas bagas são igualmente venenosas.

Palavras-Chave: Flores brancas, Flores amarelas, Ornamental